A produção de energia renovável no Brasil tem crescido rapidamente, com destaque para as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs). Estas fontes de energia, além de sustentáveis, desempenham um papel crucial na matriz energética do país. Mas como é a distribuição dessas unidades pelo território nacional? Qual é o potencial hídrico de cada uma? Neste artigo, vamos explorar o potencial hídrico das PCHs e CGHs no Brasil, apresentando dados sobre a produção de energia por estado e discutindo sua importância no cenário energético.
O Que São PCHs e CGHs?
Antes de entrarmos nos detalhes dos números, é importante compreender o que são as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e as Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs).
PCH – Pequena Central Hidrelétrica
As PCHs são usinas hidrelétricas de pequeno porte, com capacidade de gerar entre 5 e 30 MW. Elas possuem um impacto ambiental menor em comparação com grandes usinas hidrelétricas, e são construídas em rios de menor fluxo ou em áreas com menor potencial de impacto ambiental. As PCHs são uma alternativa eficiente e sustentável para suprir a demanda energética de áreas rurais ou regiões menos industrializadas, garantindo o abastecimento com uma fonte de energia limpa.
CGH – Central Geradora Hidrelétrica
Já as CGHs têm uma capacidade de geração ainda menor, até 5 MW, sendo geralmente utilizadas para fornecer energia em comunidades pequenas e isoladas. Devido ao seu tamanho, as CGHs demandam uma estrutura física menor, e seu impacto ambiental é ainda mais reduzido em comparação às PCHs. Elas são fundamentais para regiões onde a construção de grandes barragens seria inviável ou prejudicial ao meio ambiente.
O Potencial Hídrico de CGHs no Brasil
As CGHs estão espalhadas por todo o Brasil, mas a sua capacidade de geração varia significativamente entre os estados. A seguir, apresentamos uma visão geral do potencial hídrico de CGHs por estado.
CGHs por Estado: Potencial Outorgado e Fiscalizado
UF | Outorgada (MW) | Fiscalizada (MW) | Quantidade |
---|---|---|---|
AL | 4.461,00 | 4.461,00 | 7 |
BA | 10.155,10 | 10.155,10 | 13 |
ES | 3.371,50 | 3.371,50 | 7 |
GO | 11.750,94 | 11.750,94 | 8 |
MG | 163.209,13 | 161.209,13 | 137 |
MS | 17.312,01 | 17.312,01 | 18 |
MT | 78.114,70 | 78.114,70 | 61 |
PA | 3.122,00 | 3.122,00 | 5 |
PE | 10.785,64 | 10.785,64 | 10 |
PR | 95.155,23 | 95.155,23 | 70 |
RJ | 16.795,54 | 16.795,54 | 17 |
RO | 30.094,62 | 30.094,62 | 13 |
RS | 69.221,95 | 69.221,95 | 64 |
SC | 249.271,13 | 249.271,13 | 185 |
SP | 73.491,39 | 73.491,39 | 54 |
TO | 19.419,00 | 19.419,00 | 14 |
Destaque para os Estados Líderes em CGHs
Santa Catarina (SC) se destaca como o estado com o maior número de CGHs, com 185 unidades e um potencial outorgado de 249.271,13 MW. Esse número reflete o grande aproveitamento dos recursos hídricos no estado, aliado a políticas de incentivo ao uso de fontes renováveis de energia.
Outro estado de destaque é Minas Gerais (MG), com 137 CGHs e um potencial hídrico outorgado de 163.209,13 MW. A diversidade de cursos d’água e a tradição de aproveitamento hidrelétrico fazem com que o estado seja um dos maiores produtores de energia hidrelétrica de pequeno porte no Brasil.
O Que Significa Outorgada e Fiscalizada?
É importante notar que os números outorgados referem-se à capacidade que as usinas foram autorizadas a gerar, enquanto os valores fiscalizados indicam o quanto de fato está sendo produzido e monitorado pelos órgãos competentes. Essa distinção é crucial para entender a diferença entre o potencial máximo permitido e o que está efetivamente sendo utilizado.
O Potencial Hídrico de PCHs no Brasil
Assim como as CGHs, as PCHs também estão espalhadas por diferentes estados do Brasil. A seguir, veja os dados por estado:
PCHs por Estado: Potencial Outorgado e Fiscalizado
UF | Outorgada (MW) | Fiscalizada (MW) | Quantidade |
---|---|---|---|
BA | 89.750,00 | 89.750,00 | 7 |
ES | 232.432,00 | 232.432,00 | 15 |
GO | 518.132,00 | 518.132,00 | 26 |
MG | 774.479,17 | 771.159,17 | 65 |
MS | 271.968,00 | 271.968,00 | 13 |
MT | 1.119.608,00 | 1.119.968,00 | 69 |
PA | 60.000,00 | 60.000,00 | 3 |
PB | 3.520,00 | 3.520,00 | 1 |
PE | 13.475,00 | 13.475,00 | 3 |
PR | 504.799,10 | 506.279,10 | 41 |
RJ | 262.010,00 | 262.010,00 | 18 |
RN | 4.700,00 | 4.700,00 | 1 |
RO | 140.471,00 | 140.471,00 | 14 |
RS | 717.139,30 | 717.139,30 | 56 |
SC | 625.059,00 | 624.191,00 | 56 |
SP | 293.198,00 | 294.198,00 | 26 |
TO | 188.764,00 | 188.764,00 | 14 |
Minas Gerais e Mato Grosso no Topo
O estado de Minas Gerais (MG), com 65 PCHs e um potencial outorgado de 774.479,17 MW, continua sendo uma referência nacional na produção de energia hidrelétrica de pequeno porte.
Entretanto, o destaque vai para o estado do Mato Grosso (MT), que lidera em termos de capacidade com 1.119.608 MW de potencial outorgado e 69 PCHs. A geografia favorável e os vastos recursos hídricos tornam o Mato Grosso uma potência no setor de pequenas centrais hidrelétricas.
A Importância das PCHs e CGHs para o Brasil
As PCHs e CGHs desempenham um papel essencial na diversificação da matriz energética brasileira. Elas oferecem uma alternativa renovável e sustentável à geração de energia, especialmente em regiões onde grandes usinas hidrelétricas não são viáveis. Além disso, essas centrais ajudam a descentralizar a produção de energia, reduzindo a dependência de grandes sistemas interligados e proporcionando maior segurança energética.
- Sustentabilidade: Menor impacto ambiental do que grandes usinas.
- Eficiência: Aproveitamento de rios de menor porte.
- Descentralização: Redução da dependência de grandes redes de energia.
Conclusão
O Brasil possui um imenso potencial hídrico, especialmente através de suas CGHs e PCHs, que são essenciais para um futuro energético mais sustentável e limpo. Com uma distribuição estratégica por vários estados, essas centrais geram eletricidade de forma descentralizada e de baixo impacto, fortalecendo a matriz energética do país.
Investir em PCHs e CGHs é garantir que a energia gerada seja sustentável, renovável e acessível, beneficiando tanto as áreas urbanas quanto as rurais. O desafio agora é aumentar a capacidade fiscalizada, aproximando os números outorgados da energia que realmente está sendo produzida.